Conversando com uma pessoa da família, ela me contou uma de suas lembranças da infância da roça:
Ao ouvir a conversa dos pais sobre o provável nascimento de um cabrito no dia posterior, surgiu-lhe um grande desejo de poder presenciar o fato. Repleta de expectativas, ela contou à irmã e a alguns primos e todos decidiram passar o dia a espera do parto.
Chegado o dia, todos conseguiram dar o seu jeito, driblaram os compromissos escolares na parte da manhã, os seus afazeres e ficaram a observar e esperar o grande momento do nascimento do cabrito...
As horas foram passando e nada da cabra parir o filhote, o que foi lhes causando angústia pela espera. Cansados, impacientes e curiosos para o grande ato, as crianças começaram a catucar com pedaços de pau, empurrar e até mesmo bater o animal prenho, todos pensando que assim, iria agilizar o processo e não teriam, portanto, que esperar mais um dia.
Ficaram por bastante tempo a afligir o animal e o resultado foi o nascimento do cabrito morto, resultando assim, em uma grande tristeza, pois, os envolvidos na brincadeira não tinham idéia de que os seus feitos resultariam na morte do pequeno animal.
Acontece que durante praticamente todo o dia, uma senhora mais velha, vizinha da família que era dona do animal estava a observá-los e em nenhum momento lhes chamou a atenção e se pronunciou somente após a incidente, avisando-lhes que iria contar o ocorrido aos seus pais, para que assim recebessem os devidos corretivos (na época, seria uma surra, daquelas de deixar qualquer criança arriada).
Por sorte, os pequenos escaparam da terrível punição ao recorrer a uma outra vizinha, que não se dava bem com a acusadora, contando para ela a sua própria versão dos fatos e esta, por conta das divergências pessoais, tomou para si o caso, lhes defendendo, afirmando categoricamente que a outra estava a mentir...
Após me contar essa história, minha parente, desabafou que apesar da "sorte" de não terem apanhado, durante um bom tempo a tristeza pairou naquele grupo e, mesmo após tantos anos, vez ou outra ela ainda se recorda daquele fatídico dia e procura dizer a si mesma que ninguém mediu ou pensou nas consequências, que os atos não foram cometidos por maldade, mas, que ao mesmo tempo, também se pergunta: por que a senhora que estava observando os seus atos não lhes chamou a atenção para o que poderia acontecer ao cabrito?
E é neste seu último questionamento que reside a minha reflexão: sem querer tirar a responsabilidade das crianças pelas ações cometidas, o adulto que ficou calado, esperando o pior a acontecer, sem alertá-los ou chamar a atenção, só para depois ter a satisfação de contar aos seus pais o ocorrido e vê-los sendo punidos com uma grande surra, não seria tão culpado ou até mesmo o maior responsável pela morte do filhote? Por que ela preferiu se calar, ao invés de evitar a morte do cabrito?
E quantas vezes já agimos da mesma maneira que esta senhora, nos calando ou deixando de nos posicionar, seja por medo, pela indiferença ou até mesmo para ver o circo pegar fogo, em alguma situação que requeria a nossa intervenção?
É evidente que nem toda hora é a de falar e haverá momentos onde o silêncio se fará fundamental e de grande valia, contudo é primordial saber distingui-los, afim de que não sejamos complacentes e até mesmo responsáveis por erros, injustiças e até mesmo em situações onde a nossa intervenção poderá ser crucial para a continuidade da vida ou pela chegada da morte...
Sempre haverá a hora da verdade; o momento de se posicionar, de falar e se expor, onde nosso silêncio poderá definir o certo ou errado, a vida ou a morte! E, por isso, é necessário atenção e reflexão para este momento de agir; de buscar conhecer quando calar e omitir poderá ser prejudicial e catastrófico.
Vale a pena olhar para a nossa história pessoal e também a social até onde a permissividade ou omissão já trouxeram grandes problemas a nossa vida privada, bem como à história das grandes nações do mundo....
Psicólogo Jansen Sarmento
CRP: 05/38624
(21) 98337-2725 / 99131-6295
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É evidente que nem toda hora é a de falar e haverá momentos onde o silêncio se fará fundamental e de grande valia, contudo é primordial saber distingui-los, afim de que não sejamos complacentes e até mesmo responsáveis por erros, injustiças e até mesmo em situações onde a nossa intervenção poderá ser crucial para a continuidade da vida ou pela chegada da morte...
Sempre haverá a hora da verdade; o momento de se posicionar, de falar e se expor, onde nosso silêncio poderá definir o certo ou errado, a vida ou a morte! E, por isso, é necessário atenção e reflexão para este momento de agir; de buscar conhecer quando calar e omitir poderá ser prejudicial e catastrófico.
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