Rainbow Montain (Perú): sua beleza e sedução de tirar o fôlego (literalmente)...
Cusco é uma delícia e poucos são os que não se deixam seduzir por seus encantos! Cultura, história e sua natureza peculiar fazem dela uma cidade super desejada por viajantes dos mais diversos estilos. Muitos também são os passeios e atividades a serem feitas a partir dela...
E um dos que vem ganhando bastante destaque é o tour pela Rainbow Montain (Montana de las Sete Colores ou Winicunca, o nome oficial). Trata-se de uma subida (que em muitos momentos é bem íngreme) de aproximadamente 1200 metros; ao final dela o visitante é presenteado com as várias tonalidades de cores presentes no topo da montanha!
Não só o visual da montanha é bonito, mas, todo o percurso é de cair o queixo! Montanhas nevadas, um enorme vale com direito a um pequeno riacho, ovelhas, pacas e lhamas pastando livremente e algumas moradias pitorescas no caminho compõem um cenário singular!
O trajeto até o parque também é sensacional: a cordilheira dos andes abraça o turista, com rios serpenteando o caminho. O ônibus turístico vai subindo as curvas íngremes e estreitas das montanhas, dando uma vista única e ao mesmo tempo perigosa! É impossível não se deixar levar pela ideia de que a qualquer momento o motorista pode perder a direção e cair pelo imenso vale abaixo...
Mas, não se deixem enganar (como eu me enganei), a travessia é difícil e penosa! A caminhada até a Montanha das Sete Cores começa em 4000, termina em 5200 metros de altitude e a pressão atmosférica não brinca em serviço com o organismo do visitante! Muitos (como eu, por exemplo) sentem vertigens, falta de ar, fraqueza no corpo e a sensação de estar carregando 100 kg nas costas.
Mesmo fazendo o percurso montado em cavalos, o mal da altitude (ou soroche) está a te acompanhar sem piedade nos momentos em que a pessoa se vê obrigada a abandoná-los para continuar o restante a pé. E são três esses momentos: dois no meio do caminho, quando surgem duas ladeiras bem íngremes e no final do trajeto, quando ao abandonar o equino, o visitante se dá conta de que existe, ainda, uma enorme subida de aproximadamente 200 metros até chegar ao topo!
Particularmente falando, foi uma das piores experiências da minha vida e cheguei a pensar que fosse infartar... Várias pessoas me afirmaram que era um percurso tranquilo, com um pouco de esforço somente no final do trajeto, mas esta não é a realidade!
Subi de cavalo e desci a montanha a pé, mas, na Rainbow Montain não tem essa história de que pra baixo todo santo ajuda! O soroche e a pressão atmosférica estavam ali a me castigar e me perseguir. No fim das contas, não tive forças para chegar ao topo e fui vencido pelo poder da mãe natureza! A descida foi penosa, cansativa e fez cada pedaço do meu corpo sofrer de uma maneira como nunca senti na vida, mas, pelo menos, essa batalha eu venci! Consegui chegar no ponto de encontro salvo, porém, não são!
A descida terminou por volta de 13h, mas, continuei a sentir os efeitos da altitude em meu corpo no restante do dia e no posterior também! Se me perguntarem se voltaria a repetir uma façanha dessas, a resposta seria não! Contudo, não me arrependo da odisseia... Voltei arrasado, porém, encantado com a grandeza do Winicunca e da Cordilheira dos Andes...
E se me perguntarem se eu indicaria esse passeio? A resposta é afirmativa, mas, com ressalvas: pergunte ao seu médico sobre as suas condições físicas e tenha em mente que verão uma das paisagens mais bonitas de suas vidas e ao mesmo tempo um dos esforços mais intensos que vocês já fizeram... A beleza e a sedução da Rainbow Montain são incontestáveis, mas, também podem ser fatais, por isso, reflita bastante se terá condições ou não de participar dessa aventura...
Quer saber mais sobre a Montanha das Sete Cores e das belezas de Cusco? Pode me perguntar que te respondo com o maior prazer! Viajar é meu mundo... Viajar é terapêutico!
Jansen Sarmento
Jansen Sarmento
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